Tchau Nati
- monicafrancesco
- 5 de jul. de 2014
- 2 min de leitura
Nunca conseguirei explicar exatamente todas as minhas experiências que vivo aqui e especialmente os sentimentos quando vemos uma pessoa indo embora. A gente sabe que a pessoa por um lado esta feliz e lá no fundo estamos felizes por isso também (a gente até se imagina voltando), mas para quem fica tanta coisa muda. A Natalia foi minha parceira em tudo aqui, de conversas, risadas, brigas, haking, praia, viagens, loucuras, de micos, desabafos, choros, de simplesmente tudo e acho que por isso devem imaginar o quanto difícil foi dizer “tchau”. Na última semana dela a gente ficou afastada por vários motivos, ela tava de TPM, estava correndo para comprar coisas e mais coisas, eu estava mais calada e parecia que nossas cabeças estavam nos preparando para isso, mas em nenhum momento deixávamos de combinar de fazer algo juntas, mesmo sem a outra saber. E depois de ficarmos assim uns dias, ela veio conversar comigo sobre o que tinha acontecido com a gente justo nessa ultima semana e chegamos a conclusão que não tinha culpado, e para ela que se segurou aqui inúmeras vezes para não chorar, chorou tudo que precisava. Hoje, horas antes dela ir, todos nos olharam com ar de tristeza porque sabiam o quanto difícil isso seria, todos me abraçavam como se fosse eu quem estava indo embora. Éramos tão juntas que nunca acertavam nossos nomes: eu era a Natalia e Natalia era a Mônica. Como lembrança comprei uma camiseta para ela e pedi para que todos escrevessem, tantos amigos como a nossa família, e ela nos deu um cartãozinho feito a mão lindo (ela é muito talentosa) e brinquinhos. Passamos a manhã na praia do Waikiki tentando aproveitar o máximo o último dia e quando voltamos o tempo passou tão rápido que quando vimos estávamos no carro indo para o aeroporto. O carro parecia de velório e eu para descontrair, inclusive a mim, disse que tinha uma coisa boa nisso tudo: que agora ela teria o nome dela de volta. E ela só virou para mim com aquela risada que não para mais “vou sentir sua falta”. Acho que foi nossa última frase porque diferente de como foi com a francesa, que ficamos até vê-la pegar o avião, tivemos que nos despedir rapidamente. Sem tempo de mais nada... Foi triste, foi doloroso e principalmente voltar para casa e senti-la mais fazia, mas eu sei o quanto ela queria voltar e por isso abro um sorriso ao lembrar-se dela. Sei que agora ela esta realizada! Eu não sei se vamos manter contato, porque eu e ela somos bem esquecidas e relaxadas, mas porque também temos vidas opostas, mas tentaremos, óbvio. Mas ela jamais será esquecida porque falar de Hawaii é falar da Natalia e de muitas historias, ela fez parte da experiência mais incrível da minha vida e isso ninguém mudará. E como sempre quando uma pessoa próxima vai embora, a gente muda à rotina e consequentemente muda a viagem também, portanto, mais uma vez, se inicia uma nova viagem para mim... Conhecer pessoas e criar vínculos com elas é a melhor parte, mas também em algum momento será a mais dolorosa.
Comments